Querid@s, após a divulgação sobre as especulações dos futur@s secretári@s, as discussões tomaram conta da cidade, isso é bom porque faz com que o povo opine e discuta o formato do próximo governo.
Nós precisamos calçar as sandálias da humildade e reconhecer que não somos uma democracia, que nosso povo em quase 150 anos teve pouquíssimos momentos onde não teve que esconder sua opinião por medo de represálias.
A democracia é muito mais que ter o direito de se manifestar, esse regime requer disposição de participar das discussões públicas, mas também, de conhecimento mínimo sobre o funcionamento do poder público.
Em todos os debates sobre os rumos do futuro governo, um ponto me deixou alarmado, foi sobre a possível nomeação do filho e do cunhado de Zé Carlos para o secretariado.
Muit@s defenderam que o prefeito eleito tem que nomear os parentes, sim, pois é um direito do governante e é preciso nomear pessoas de altíssima confiança, principalmente na função de Secretário de Finanças.
Essa afirmação reflete a visão que a maioria da população água-branquense tem sobre a coisa pública, a noção de que o prefeito pode fazer o que bem entender, afinal, ele ganhou esse direito nas urnas.
Quero clarear esse ponto, primeiramente, o prefeito deve encarar os recursos públicos como o próprio nome diz, público, de tod@s, assim sendo, o mandatário não pode nomear parentes para gerir o erário público, justamente porque não se trata de um bem de família, mas da fazenda pública.
Zé Carlos precisa se relacionar com o poder de maneira impessoal, ou seja, ele não lhe pertence, mas apenas lhe foi concedido a tarefe de administrar aquilo que é de tod@s.
Alguns@ irão dizer, mas é um direito dele, direi eu, assim como aquela expressão popular, é legal mais é imoral.
Outr@s tant@s alegarão, mas tem que ser alguém de muita confiança, continuarei dizendo, o único indivíduo na face da terra sério, correto e honesto capaz de lidar com o dinheiro da prefeitura é justamente o filho do prefeito?
Segundo o senso comum, com os recursos do município, o prefeito pode fazer o que bem entender e a hora que quiser, não é assim, tudo é muito bem rastreado e registrado, não se desvia um real da prefeitura sem o conhecimento do chefe.
Veja como acontece, os recursos são depositados na conta da prefeitura, imaginemos que por mês seja depositado um valor de R$ 100,00 (cem reais), o Secretário de Finanças retira o extrato e apresenta ao prefeito, ciente disso, as ordens de pagamento sobre as dívidas do município são elaboradas e apresentadas ao governante para que verifique e autorize a transação por meio de sua assinatura.
Vejamos o seguinte exemplo, dispondo de R$ 100,00, o secretário terá que confeccionar os documentos contáveis para execução das dívidas, assim deve ser com a merenda, R$ 30,00, combustível R$ 15,00, material de manutenção (cimento, tinta, prego, ferramentas e etc) R$ 10,00, assim sendo, temos uma despesa de R$ 55,00, restando um saldo de R$ 45,00.
Observe que tudo que entra e saí da conta do município é registrado e toda a movimentação requer a assinatura do prefeito, nada escapa aos seus olhos, logo, como muit@s pensam, não é possível roubar sem que o governante saiba.
Além disso, como a campanha foi alicerçada no discurso da transparência, tem obrigação Zé Carlos de implementar o Portal da Transparência Municipal, assim como determina a lei, só não divulga os números aquele que quer esconder.
Nesses termos, é possível que o eleito nomeie alguém da área, como por exemplo, um contador, de preferência que não seja nem daqui, alguém sem nenhum vínculo, justamente para afastar qualquer suspeita ou ilação.
Desse modo, para evitar a mistura entre a coisa pública e a privada, que o erário não seja confundido com uma propriedade familiar, seria de bom grado que Zé Carlos evitasse nomear sua própria prole para tomar conta dos recursos coletivos.
Caso isso não ocorra, ficaremos a pensar o que de tão secreto Zé Carlos irá fazer com o Secretário de Finanças, pois é tão escondido, tão, que ninguém pode saber, apenas seu filho.
Comentários
Postar um comentário