Meus car@s amig@s, nossa cidade vem passando há um tempo por percalços e
tropeços. Precisamos urgentemente identificar aonde está o nó que nos
atravanca. Seria fácil vir aqui e criticar Zé de Dorinha ou Reinaldo Falcão
pelas mazelas que estamos passando hoje, mas essa duas figuras, por si só, não explicam
toda tragédia vivenciada por tod@s nós.
Nós, enquanto sociedade, não estamos fazendo nossa parte, por algum
motivo nos perdemos no meio do caminho. Zé de Dorinha e Reinaldo Falcão são
apenas a parte visível do problema, pois os dois apenas materializam os 20
(vinte) anos perdidos. Atrás deles existe uma quantidade significativa de
pessoas que se beneficiaram e continuam levando vantagem no sistema do coma lá,
dá cá. Sabemos que em alguns casos, famílias inteiras estão empregadas na
prefeitura, não por acaso defendem com unhas e dentes seus representantes.
José Rodrigues Gomes foi formado na Escola da Velha Política, ele apenas
percebeu que muitos d@s noss@s são bem mais ganancios@s e malicios@s que ele. O
raciocínio é simples, basta distribuir cargos e salários para uma parcela da
população, para que seja possível governar e ganhar eleições.
E nós com isso? A maioria da parcela da população que não participa dos
jogo da Velha Política amarga a decadência de nossa cidade. Eles comem o filé,
nós o osso.
Neste momento falarei sobre o comércio de Água Branca, este vem sofrendo
há anos, pois está cada vez mais desorganizado e decadente. É de conhecimento
até do mundo mineral que é por meio do comércio e da indústria que os empregos
são gerados.
É fundamental que fique claro para tod@s que a prefeitura não tem
obrigação de "dá cargo" a ninguém, mas é missão desta, criar as
condições para a promoção do emprego e da renda. Só com dinheiro no bolso é
possível conquistar dignidade. Com isso, não estou a dizer que só tem dignidade
quem tem dinheiro, no sentido popular. Digo que é direito sagrado de tod@
jovem, pai e mãe de família ter um emprego!
No caso presente, o comércio água-branquense tem todas as condições de
proporcionar emprego e gerar muita renda, basta a prefeita cumprir o seu papel
e abandonar essa política menor, essa dos pequenos favores e distribuição de
migalhas.
O roteiro seria mais ou menos e seguinte, inicialmente caberia aos
comerciantes se organizarem em uma associação, esta daria legitimidade para os
pleitos e força política para cobrar medidas do poder público. A prefeitura
acionaria o Banco do Nordeste, este ficaria com a responsabilidade de financiar
nosso comércio por meio de empréstimos a juros baixos, pois um dos grandes
problemas é o capital de giro. Nosso empreendedores precisam de margem de
manobra, ou seja, necessitam ter um caixa para financiar a compra das
mercadorias e conseguir parcelar as vendas. Hoje isso não é possível,
justamente pelo fato da escassez de recursos em caixa.
Antes de concluir, quero apresentar alguns números sobre os recursos que
passam por Água Branca, mas infelizmente é depositado no comércio de Delmiro
Gouveia e Paulo Afonso. Tive acesso a um diagnóstico feito pelo Governo Federal
sobre alguns aspectos econômicos de nosso município, o documento foi elaborado
no início dos anos 2000, vejamos:
"O PIB do município foi de U$ 13.204.391,00 e o PIB per capita foi
de U$ 744,00 em 1998. O FPM = R$ 2.770.712,00, o ITR = R$ 2.959,00 e o Fundef =
R$ 1.219.153,00 (Anuário Estatístico de Alagoas – 2001).
As principais atividades econômicas do município são: Comércio,
serviços, agro-pecuária e atividades de extrativismo vegetal e silvicultura.
Atualmente conta com 405 empresas com CNPJ, atuantes (1998), ocupando 2.234
pessoas (5,19% da população). Na área de pecuária, conta com os seguintes
rebanhos (cabeças): bovinos – 10.000; suínos – 1.750; eqüinos – 770; asininos –
280; muares – 540; caprinos – 1.300; ovinos – 1.000, aves – 12.040. A produção
leiteira é de 864.000 litros e a de ovos de galinha –32.000 d úzias. Na área
agrícola: Feij ão –2.040 ha (381 t), Mandioca – 500 ha (4.500 t), Milho – 750
ha (180 t),Cana de açúcar – 20 ha (900 t), Manga - 40 ha (252 mil frutos),
Laranja – 9 ha (126.000 frutos) e Banana – 35 ha (13 mil cachos). O
extrativismo vegetal produz 30 t de carvão vegetal e 67.100 m3 de lenha,
evidenciando a geração de problemas de ordem ambiental em uma região já
tipicamente semi-árida. (IBGE 2000)."
Veja que o documento afirma que o Produto Interno Bruto no início dos
anos 2000 chegava a U$ 13.000.000 (treze milhões de dólares), com o câmbio de
hoje, com a moeda americana valendo R$ 3,00 (três reais), basta multiplicar o
PIB de Água Branca por três, isso daria a cifra de R$ 39.000.000,00 (trinta e
nove milhões de reais). Nesse cálculo não foi incluso o valor do salário dos
funcionários públicos estaduais nem os recursos pagos aos aposentados e
pensionistas. Resumindo, numa conta simples, todo o dinheiro produzido e
destinado à nossa cidade, fica em torno de R$ 100.000.00 (CEM MILHÕES DE REAIS)
ano.
Nesse momento você pode estar chocad@ com esses números, confesso que
também fiquei quando tive acesso a esses dados. A pergunta que me veio à cabeça
foi a seguinte: E onde está esse dinheiro? Afirmo, no comércio de Delmiro
Gouveia e Paula Afonso.
A prefeitura tem a obrigação moral e política de realizar suas compras
aqui em nosso município, tais como: merenda escolar (feijão, farinha, macarrão,
bolacha, carne, poupa de fruta, etc), materiais de construção, elétricos e
hidráulicos, materiais de expediente (papel, clipe, cola, caneta, etc).
Qurid@s, espero que esse texto ajude a clarear nossa ideais sobre a
necessidade urgente de nos organizarmos, pois Água Branca tem tudo para ser uma
grande cidade, com nosso povo vivendo bem, sem precisar se humilhar.
O dinheiro nós já temos, basta represá-lo em nosso comércio.
Assim viveremos felizes para sempre.
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