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Como chegamos até aqui

Querid@s amig@s, venho hoje analisar alguns fatos ocorridos durante esse curto espaço de tempo em que o Camilo Cienfuegos levantou-se contra os desmandos e desmantelos de Água Branca.
Quero inicialmente agradecer a companhia de cada um@ seguidor@ desta página, o Camilo só passou a fazer sentido e acabou tornando-se uma espécie de Roque Santeiro aguabranquense, graças a vocês. Cada curtida, cada compartilhamento ou comentário me dão a sensação de que estamos dizendo algo que corresponde aos anseios da população.
Quando pensei em posicionar-me politicamente, tinha alguns princípios que imagino ser a essência desse espaço. O primeiro deles significa que devemos radicalizar na democracia, ou seja, temos o dever de sermos o mais democrático possível. Combinemos o seguinte, nós nunca tivemos um regime verdadeiramente democrático em Água Branca. Até 1992 tivemos um sistema político autoritário, pesado e opressor. Passado isso, chegamos em 1996 sob a liderança de um prefeito democrático, mas, isso por si só, não possibilita o exercício das liberdades democráticas pelo povo, pois é necessário aprender a lidar com a democracia, está se constrói aos poucos.
Em janeiro de 1997, assumiu o atual grupo político, liderado pelo então prefeito Zé de Dorinha, este chegou ao poder por uma série de fatores, todos ligados ao acaso, nada vinculado as suas habilidades políticas. No fundo foi um golpe de sorte.
O candidato natural seria o então vereador Hélio Costa, infelizmente, brutalmente assassinado, fato nunca esclarecido a população de nossa cidade. Já está mais que na hora de alguém cobrar isso da vereadora Tânia Costa. Precisamos saber como se deu a morte de seu marido e em que circunstâncias, quem tinha interesse no seu desaparecimento. Os executores do crime nós conhecemos, será que houve mandante, quem é o autor intelectual da morte do vereador. Questiono isso porque Hélio Costa teria sido prefeito. Se chegamos a esse ponto, o acontecimento chave foi o seu brutal assassinato. Hélio faz parte da trajetória de Água Branca, assim sendo, todos nós temos o direito de conhecer e saber sobre nossa história.
Após a morte do possível candidato a prefeito, a cidade ficou chocada e abalada, os sentimentos predominantes eram de comoção, medo, insegurança e revolta. As suspeitas pela morte recaiam sobre a família Torres, algo que nunca foi comprovado oficialmente. Juntando-se a isso, o prefeito à época, Luiz Xavier, era bem avaliado pela população, até aquele momento havia implementado uma boa gestão. A decisão sobre a escolha do novo nome foi única e exclusiva de Xavier, sendo ungido como postulante o Sr. José Rodrigues Gomes.
Inicialmente a população não aprovou a indicação, houve rejeição, o que desmontou a desconfiança da sociedade em relação a Zé de Dorinha foi a grande popularidade de seu padrinho político e a morte de Hélio Costa.
Iniciada a campanha, a adesão a Zé de Dorinha foi massiva. Sem sombra de dúvidas, foi a eleição mais empolgante e comovente que já existiu em nossa terra. Todas as forças democráticas estavam ao lado do candidato. Os comícios eram verdadeiras festas, a música Fom, foron fom fom, trilha sonora do pleito, tornou-se um clássico, todos cantavam e dançavam.
A vitória era questão de tempo, foi o que aconteceu! Ao assumir o governo, as alianças começaram a serem desfeitas. Primeiramente foi a ruptura com o vice-prefeito, Zé Silva, na sequência foi o rompimento com seu mentor e padrinho político, Luiz Xavier.
A partir desses atos, o prefeito iniciou uma escalada autoritária, chegando a atacar fisicamente os adversários, brigas e badernas foram uma constante. Do ponto de vista administrativo, o caos instalou-se, várias denúncia sobre corrupção foram formuladas, muitas delas repletas de provas materiais. A oposição radicalizou-se, chegando ao ponto de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) quase ter sido instalada para investigar as irregularidades, o fato só não ocorreu, porque o vereador à época, Valdo Ciriaco, passou para base do prefeito no último minuto, aos 45 do segundo tempo.
Os opositores de então não tiveram a capacidade de organizar uma alternativa viável para enfrentar Zé de Dorinha nas urnas. Este soube muito bem manipular o sentimento de medo que a população nutre até hoje sobre a possível volta dos Torres ao poder.
Assim sendo, Zé venceu mais uma vez as eleições do ano 2000, governando o município até 2004. Sua passagem nesse período ficou caracteriza pela maneira autocrática e autoritária de governar. Os que faziam um contraponto foram todos aos poucos sendo silenciados, passaram a brigar entre si, desmantelando-se os últimos focos de resistência ao governo municipal. O final de seu segundo mandato foi decadente.
De repente, não mais que de repente, aparece um candidato na medida e formato que a população queria. Reinaldo Falcão apresentou-se como aquele que iria nos livrar de todas as mazelas implantadas por Zé de Dorinha e sua trupe. Sua candidatura teve apoio massivo, sendo vitorioso. Para nossa triste surpresa, Falcão era bom apenas no gogó, de arrancada mostrou-se inábil na montagem de seu governo, trazendo para o secretariado pessoas despreparadas e sem nenhum vínculo com a população. Na largada de seu governo, foi abatido por uma Operação da Polícia Federal, deste ponto em diante, o caos instalou-se novamente. O governo transformou-se em desgoverno. Brigas internas, disputas pelo poder e secretário portando-se como se prefeito fosse. O resultado foi o desmantelamento do grupo político, chegando ao final do mandato completamente enfraquecido.
Zé de Dorinha assistiu tudo de camarote, viu Reinaldo Falcão derreter como picolé ao sol. Nesse momento, percebeu que haveria chance de retornar, pois o cálculo era simples, ele não tinha nada a perder, os Torres, a população não queria mais, visto que passados quase 25 anos disputando à prefeitura de Água Branca, nenhuma vitória obtiveram. Além disso, Reinaldo encontrava-se completamente fragilizado politicamente e desgastado perante a sociedade, o ex-prefeito sentiu que seria fácil derrotá-lo. Foi o que aconteceu.
Zé voltou triunfante, mas os métodos foram os mesmos de sempre, perseguição e truculência, sendo que todas as decisões deveriam necessariamente passar por suas mãos, visto que não confia em ninguém. Ele sabe bem o que fez com Luiz Xavier.
Passados 4 (quatro) anos, Dorinha torna-se inelegível, mesmo assim, manipulou mais uma vez o sentimento de medo da população, tocou o terror, terrorismo eleitoral, no final da corrida colocou a mulher e filha como candidatas a prefeita e vice-prefeita, respectivamente. Como a cidade não quer a volta dos Torres, a vitória mais uma vez estava garantida. Foi o que aconteceu.
Sendo assim, Zé passou a tutelar Albani Sandes, tudo que acontece ou não, a palavra final é sempre a dele. Por outro lado, o seu filho Rodrigo Sandes atua em todas as frentes, bate escanteio e corre para cabecear. Com essas movimentações, a prefeita ficou completamente isolada. Acabou por torna-se a Rainha da Inglaterra, ou seja, tem o cargo, mas não manda em nada.
A oposição tornou-se peça de ficção, sem nenhuma atuação. Os três opositores mostraram-se inaptos para tal tarefa, tornando fácil a vida do ex-prefeito.
Essa página surge como um respiro de liberdade e esperança de dias melhores. Posso afirmar que o único espaço verdadeiramente democrático que dispomos em nosso município é este. Aqui todos podem expressar suas opiniões, independentemente de sua cor partidária. Nos esforçamos para manter o nível elevado, trabalhando para que as discussões não descambem para o bate-boca. A intenção é para que debatamos ideias.
Vou concluindo dizendo que fui acusado de ser parcial, pois combato o governo, mas poupo a oposição. Essa é uma crítica infundada e falaciosa. Não tenho nenhum compromisso nem com a situação, nem com a oposição. Meu vínculo é com minha cidade, com o futuro de nossas crianças e adolescentes. O pensamento é tão tacanho dos que me acusaram, que a tese deles é a seguinte: você ataca a prefeita e isso só vai fortalecer a oposição para as eleições de 2016. Vê se eu mereço isso, digo que nesse momento não estou nenhum pouco preocupado com o próximo pleito, quando chegar o momento falaremos sobre o tema. Para aqueles que não têm nenhum compromisso com nossa gente e só pensam em eleições, afirmo, política se faz todos os dias, não de 4 (quatro) em 4 (quatro) anos. Temos problemas reais a serem resolvidos com urgência, como: o transporte escolar, o Açougue, a saúde, a educação e etc. Essas questões não podem e não devem aguardar até janeiro de 2017 quando o novo prefeito ou prefeita assumir. Quem assim pensa, não entendeu o espírito de Camilo Cienfuegos.
Fiquem vocês a pensar em votos que eu vou me preocupando com a cidade, mais adiante nos encontraremos


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