Hoje, dia 26, fui surpreendido com cenas lastimáveis!
Certamente é um dos dias em que fiquei mais indignado com a situação em que nos
encontramos. Sei bem que devo manter o equilíbrio, pois quem se propõe a
exercer uma atividade pública tem o dever de manter-se racionalmente frio, mas
confesso que é especialmente chocante ver a maneira como nossas crianças e jovens
estão sendo tratados. Talvez, fique tão revoltado porque me identifico com cada
garoto e garota humilde de nossa terra. Também fui uma criança humilde, apesar
de feliz, mas sei bem o que os políticos de Água Branca fizeram comigo e com
toda minha geração. Eu escapei pelo fio da navalha, pois com muita luta e
sofrimento consegui estudar, coisa que para os filhos dos pobres sempre foi um
sonho remoto ter acesso a uma universidade.
Lamento pelos meus amigos e amigas de infância que não
tiveram a mesma sorte. Isso me provoca uma revolta imensa. Sei bem que nosso
futuro foi roubado, nos tiram o sentimento mais sagrado de um ser humano, o
direito de sonhar!
Como nascemos todos em famílias pobres, em nossa caminhada
não tivemos condições materiais para exercer nossas habilidades, mas, mesmo em
uma situação como essa, se os governantes não tivessem nos tirado a capacidade
de desejar dias melhores, certamente teríamos tirado de letra.
Por mais dificuldades que a vida possa nos apresentar, se
tivermos o sonho de que tudo mais adiante será melhor, fatalmente venceremos as batalhas.
A esperança serve como estímulo, como motor de nossas próprias vidas e histórias
pessoais. Mas quando nos deparamos com
uma situação onde tudo é descaso e abandono, provavelmente ficaremos pelo
caminho.
O raciocínio de quem perde a capacidade de almejar melhores
dias é o mesmo de um depressivo. Nos perguntamos, por que devo acordar cedo e
ir à escola? Por que devo esforçar-me tanto para conciliar estudo e trabalho se
ninguém está nem aí pra mim? Se não sou valorizado como ser humano? Se no
final das contas não conseguirei ir à universidade como sempre quis? Melhor
parar por aqui e me conformar, desistir!
As imagens que apresento agora é a síntese de tudo isso. Os
estudantes das comunidades da Várzea do Pico e Tabela estão fazendo o trajeto
de casa para escola a pé, correndo grandes riscos de serem atropelados, de
sofrerem um grave acidente que poderá tirar-lhes à vida.
As fotos são chocantes, pois apresentam nosso bravos garotos
e garotas tentando seguir em frente, mesmo com toda a humilhação e descaso. Infelizmente,
a esmagadora maioria desses pequenos e pequenas, desistirão pelo caminho.
Lamentavelmente não terão o futuro que imaginam e sonham. Saber que o resultado
dessa caminha terá como ponto de chegada um copo de álcool no bar, uma casa cheia
de crianças e um trabalho sofrido, realmente me deixa profundamente abalado.
Ainda assim, existe em nossa cidade um discurso de que o
indivíduo que frequenta uma bar e toma uma cachaça, é vagabundo. Pergunto, qual
foi a alternativa que nossa sociedade criou para esses jovens que estão
desgraçamente atolados na bebida? Respondo, nenhuma!
Quem trata nossas crianças e jovens dessa maneira não pode
esperar um futuro promissor pela frente, né? Vamos começar a criar vergonha cara,
deixemos de lado a hipocrisia e passemos a cuidar de nossa cidade. Já passou da
hora de pararmos de joga a culpa nos outros, a culpa também é NOSSA!
Quero aqui dizer ao Secretário Bruno Mafra, volte para casa,
o senhor não tem estatura para cuidar de nossa Educação. Pensou que ser
secretário seria apenas receber um salário no final do mês? Ocupar esse cargo é
uma missão, não é um emprego. Devo lhe garantir que não aceitamos mais conviver
com cenas como essas. Vá embora, nos faça esse favor. Já não existe mais nada
que possa fazer, está provado e comprovado que não tens competência para tamanha
tarefa.
Não permitiremos que nossas crianças e jovens sejam
humilhados!
Fora Bruno Mafra!
Não é de hoje que estas crianças sofre a pés todos os dias, e o sofrimento das mãe que acompanha estas crianças ate a escola. A distancia prevista é mais o menos 3 quilometro todos os dia precisa de justiça para resolver este problema.
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